A hipersensibilidade dentinária é definida como uma dor aguda, curta e passageira, causada pela dentina exposta, em resposta a estímulos mecânicos, químicos, térmicos ou osmóticos, e que não pode ser explicada por outras formas de defeitos ou patologias dentais.
Normalmente a dentina está recoberta pelo esmalte ou pelo cemento e, assim não está disponível à estimulação direta (frio, quente). Porém, quando suas terminações periféricas estão expostas, falamos em dentina hipersensível.
Como isso funciona:
Segundo a literaura existem várias teorias que tentam explicar a hipersensibilidade dentinária, porém a teoria mais aceita é a teoria hidrodinâmica de BRÄNNSTRÖM (1992). Ela propõe que a hipersensibilidade dentinária é devida a um movimento mínimo no interior do túbulo dentinário (dentro do dente), causando assim uma pressão no odontoblasto (célula que forma o dente) e a estimulação das fibras nervosas adjacentes.
Os estímulos responsáveis pela hipersensibilidade dentinária podem ser classificados como mecânicos, térmicos e químicos.
Estímulos mecânicos
- após preparos cavitários e protéticos;
- após raspagem radicular (remoção de tártaro) ou cirurgia periodontal;
- escovação dental inadequada (força + escova dura + pasta abrasiva);
- certos hábitos bucais, como bruxismo (ranger os dentes a noite);
- forças oclusais não balanceadas, oclusão traumática (por ex. restaurações altas, ausência de dentes, etc...).
Estímulos térmicos
- diferença térmica dos alimentos (quente ou frio);
- choques súbitos de temperatura nos dentes (por ex. hábito de morder gelo).
Estímulos químicos
- alteração do pH: alimentos ácidos, açúcares, acúmulo de placa bacteriana e cárie.
Também há uma predisposição anatômica para a sensibilidade dentinária. Pacientes com deficiência ou falta total de cemento (tecido que reveste a raiz) na região próxima da gengiva.
Tratamento:
- Laserterapia;
- obliteração dos túbulos dentinários através de gel no consultório;
- selamento dos túbulos dentinários através de vernizes e restaurações no consultório;
- combinação de vários tratamentos.
O que eu posso fazer para evitar?
- evitar ingestão de alimentos ácidos;
- escovar os dentes delicadamente com movimentos circulares e escovas macias;
- utilização de pastas dentais dessensibilizadoras pelo paciente em casa;
- fazer revisão odontológica regularmente para certificar-se de que não existe outro tipo de patologia.
Dra Aline Raybolt (Fonte: AAP, UFRJ, Unicamp, USP).
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